quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Convento da Nossa Senhora da Assunção


Notável edifício da arquitectura monástica quinhentista. É um dos primeiros exemplares da tipologia de claustros proto-renascentistas portugueses.

Foi um dos quatro conventos femininos outrora existentes na diocese algarvia.

Começou a ser construído em 1519, no local onde funcionou durante séculos a próspera judiaria de Faro. Depois de alguns anos de interrupção, a rainha D. Catarina, mulher de D. João III, como donatária da cidade de Faro, patrocinou a continuação das obras. O claustro ficou concluído em 1548, tendo então sido integrado na clausura.

As freiras, cujo número podia ir até trinta, provinham de famílias algarvias de boa reputação e elevado estatuto social.

Após a implantação do Liberalismo e a consequente extinção das Ordens Religiosas, as freiras deixaram o convento em 1836.

O edifício é vendido a particulares em 1860, que o ocupam com uma fábrica de cortiça. Um século depois é adquirido pela Câmara Municipal de Faro para nele instalar o Museu Municipal.

 in  História do Museu Municipal de Faro (2006-3-8) Câmara Municipal de Faro



 
Convento mandado construir por D. Leonor para freiras clarissas.

As obras prolongaram-se até 1550 e apesar de remodelações motivadas por terramotos e saques, é um dos melhores exemplares do primeiro Renascimento no Algarve.

Trata-se de um dos elementos mais curiosos da arquitectura conventual, tipo coimbrão e de dois andares. As alas do claustro compõem-se em tramos de dois arcos separados por botaréus encimados de gárgulas. O portal de entrada, de fino lavor escultural é coroado por um camaroeiro.

Foi vendido em hasta pública e adaptado a fábrica de cortiça. Hoje instala o Museu Municipal. 

  
Cronologia:


(1518) Fundação.

(1539) Construção do portal exterior da igreja.

(1596) É invadido e incendiado pelas tropas inglesas do Conde de Essex.

(1755) Parcialmente destruído pelo terramoto.

(1836) Transferência das ultimas freiras para o Convento das Bernardas de Tavira.

Cronologia Seguinte:
 
Espaços Culturais




LINK:

Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura - O Convento de Nossa Senhora da Assumpção, Faro

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Café Aliança

 
O Café Aliança é o mais antigo café da cidade e o de maiores tradições culturais. Ocupa o rés-do-chão do edifício mandado construir por José Pedro da Silva constituindo, no conjunto, um interessante testemunho da arquitectura revivalista.

Para além do acesso principal e outro nas traseiras apresenta ainda uma entrada lateral que permite o acesso através do quiosque.


Cronologia:

(1930) Deu entrada na Câmara Municipal de Faro o projecto para a construção do edifício.

(1943 - 1970) O edifício foi utilizado como bolsa de valores da economia da região onde se discutia os valores de produtos como a alfarroba, figo, amêndoa e cortiça.

(2003-05-26) Classificação do Café Aliança e Edifício com a categoria de Imóvel de Interesse Público (IIP).

(2004) Obras de reabilitação no interior do café.




 Localização:
Rua D. Francisco Gomes, n.º 7 a 11; Rua da Marinha, n.º 8 e 12; Praça D. Francisco Gomes, n.º 5.

Página Web:  http://www.monumentos.pt/scripts/zope.pcgi/ipa/pages/frameset?nome=ipa&upframe=upframe3&downframe=ipa.html 

Fonte: Radix - Ministério da Cultura


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Começou por ser leitaria há 100 anos. Já foi sede de jornal e bolsa de valores. Em 1930, depois de incendiado, ganhou nova vida com um projecto apresentado por José Pedro Silva.

Teve períodos de interregno, mas manteve a sua fachada delimitada por pilastras e socos de cantaria em calcário, os seus 3 arcos de volta perfeita, as suas 4 colunas clássicas a suportarem o balcão do 2º piso e, no interior, um alto lamboril de madeiras raras com fotos do Algarve, os motivos decorativos do estuque do tecto e as cadeiras e mesas em ferro forjado.

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Inaugurou-se a 19-10-1930 o “Salão Aliança” propriedade de José Pedro da Silva, o qual ficou equipado com três bilhares do mais moderno que existe, cuja decoração e equipamento preenche os mais elevados padrões ao nível do que melhor existe em Lisboa.

Em 12-6-1932 inauguraram-se as novas instalações do Café Aliança que davam para a Rua D. Francisco Gomes, nos moldes e aparência que ainda hoje ostenta.

A remodelação e ampliação da antiga e modesta «Leitaria Aliança», ficou a dever-se ao moderno espírito de iniciativa empresarial de José Pedro da Silva, que desse modo passou a ser visto pela sociedade farense como um verdadeiro benemérito, pois que ao contrário dos ronceiros empresários locais, acreditava nas potencialidades da cidade, investindo avultados meios financeiros para transformar aquele humilde estabelecimento num amplo e bem iluminado café, ao nível dos melhores de Lisboa
.


Data dessa altura a construção da sua monumental porta giratória, inspirada nos melhores estabelecimentos franceses, merecendo igual surpresa a amplitude das instalações, os modernos bilhares da sala de jogo, o seu excelente mobiliário, o bom gosto da decoração das paredes, a exuberante refulgência dos seus espelhos e sobretudo o artístico friso de fotografias da autoria de Zambrano Gomes, verdadeira galeria de propaganda das potencialidades turísticas do Algarve.

Fonte: Promontório da Memória

domingo, 28 de novembro de 2010

Casa do Compromisso Marítimo de Faro




O Compromisso desta antiquíssima associação dos marítimos de Faro é de 1432.

A casa, que foi sua sede e onde está instalada a Caixa de Previdência e Abono de Família dos Profissionais da Pesca, pouco mais ou menos dessa época, embora tenha sofrido modificações.

Formando esquina entre as ruas de S. Pedro e do Compromisso, nota-se um edifício, que não não é grande, mas se distingue bem pêlos seus contrafortes de pedra com ressaltes e pêlos dois arcos de volta redonda fechados por vidraças gradeadas para o lado da Rua do Compromisso. Esse compartimento do rés-do-chão é uma sala de espera, donde se passa ao consultório médico, que tem uma janela para a Rua de S. Pedro.

Na fachada principal desta rua, à porta cornijada sobrepõe-se um nicho de pedra aparatoso ladeado por duas pilastras e terminado num frontão interrompido, no qual se vê a imagem do patrono dos marítimos, São Pedro Gonçalves Teimo (o Santelmo ou Corpo Santo da tradição).

Aos pés da imagem, uma lápide moderna reza assim: «Compromisso Marítimo de Faro/Confraria de Mareantes fundada no ano de 1432/Associação de Socorros Mútuos por Estatutos de 31-10-1969/Lápide mandada colocar pela Direcção de 1934.»

In Monumentos e edificios notaveis do concelho de faro

Autor: Professor José António Pinheiro e Rosa
Colaboração de: Arquitecto António Centeno Serrano Santos

1.ª edição em Dezembro de 1984





Os Compromissos Marítimos eram associações das gentes dedicadas às fainas do mar.
 
Para além do culto religioso, defendiam os privilégios, isenções e interesses dos associados, fornecendo «o Compromisso às famílias dos marítimos, médico, cirurgião, sangrador, botica e socorros pecuniários quando estão doentes, velhos ou pobres (…) para cujos fundos todos concorrem com partes dos seus lucros, quer sejam a pesca, quer de viagens».
 
Situada no gaveto das Ruas de São Pedro e do Compromisso Marítimo, esta casa foi totalmente reconstruída, em 1709, no local da anterior.
 
Inácio Mendes, um dos mais prestigiados mestres pedreiros algarvios, foi também responsável pelo projecto.
Este edifício de dois pisos, com beirado saliente e telhados de tesoura, constitui um bom exemplo da permanência do formulário da arquitectura chã nos princípios do séc. XVIII.
 
Destacam-se na fachada lateral os dois arcos de volta perfeita, que correspondiam outrora ao açougue dos mareantes.
 
Hoje pertence ao Centro Regional de Segurança Social.





Edifício de dois pisos, com beirado saliente e telhados de tesoura. Destaca-se, na fachada principal o nicho com a imagem do patrono São Pedro Gonçalves Telmo e na fachada lateral os dois arcos de volta perfeita que correspondiam ao açougue dos mareantes.

Morada:  Rua do Compromisso Marítimo
Local:  Faro 
Código postal:  8000-252 Faro



Fonte: RADIX - Ministério da Cultura



Os Compromissos Marítimos testemunham, no litoral português e em especial no Algarve, a importância secular das actividades ligadas ao mar.

Para além do culto religioso, as Irmandades ou Confrarias do Corpo Santo – também assim reconhecidos aqueles Compromissos – promoveram a defesa dos interesses profissionais dos associados, assegurando às famílias: médico, cirurgião, sangrador, botica e socorros pecuniários quando estão doentes, velhos ou pobres (…) para cujos fundos todos concorrem com parte dos seus lucros, quer sejam de pesca, quer de viagens (Silva Lopes, Corografia do Reino do Algarve, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1841, p. 103).

Com origem no século XIII, foram fundados Compromissos em Lagos, Alvor, Portimão, Ferragudo, Albufeira, Faro, Olhão, Fuseta, Tavira, Vila Real de Santo
António e Castro Marim.


O Arquivo Distrital de Faro custodia a documentação produzida e acumulada pelos Compromissos Marítimos de Faro, Lagos, Portimão, Olhão, Tavira, de 1585 a 1972, com uma dimensão de cerca de 9 m.l.

Fonte:  MOSTRA DOCUMENTAL: ASSOCIAÇÕES DE MAREANTES: OS COMPROMISSOS MARÍTIMOS DO ALGARVE do Arquivo Distrital de Faro.


Link ADFAR.

Silos



Situados nos arredores de Faro, mais propriamente no Rio Seco, junto à Estrada Nacional 125, estes dois silos pertenceram a uma grande propriedade rural: os Salgados.

A família Júdice Fialho mandou construí-los nos finais do século XIX para guardar cereais e forragens.
Denotam grandes semelhanças morfológicas com outros silos que esta família possuía junto a Portimão, nos morgadios do Reguengo e de Arge (V. A Arquitectura Popular em Portugal, 111 vol.).

De forma cilíndrica, apresentam cobertura com telhados de duas águas.
Actualmente, encontram-se abandonados.

Fonte: Câmara Municpal de Faro

Banco de Portugal

Praça D. Francisco Gomes
Por obrigação decorrente do contrato celebrado com o Estado em 1887, o Banco de Portugal  passou a exercer as funções de banqueiro do Estado e caixa Geral do Tesouro, obrigando-se a criar agências em todas as capitais de distrito do Continente e Ilhas.

Assim, entre 1889 e 1895, instalaram-se as Agências definitivas nas sedes dos distritos - não sem grandes dificuldades. As tarefas que lhes estavam atribuídas consistiam basicamente em descontar letras, emprestar sobre penhores, receber depósitos à ordem de particulares e realizar operações de transferência de fundos e operações com o Tesouro.

A implantação do Banco de Portugal no País foi crescendo - particularmente entre 1918 e 1958, com a instalação das Agências concelhias -, atingindo um máximo de 32 Agências no fim dos anos 50.

Ao longo dos anos, revelou-se determinante o seu contributo para o desenvolvimento das regiões onde estavam inseridas.

No final de 1997, o Banco de Portugal possuía duas Delegações Regionais - Ponta Delgada e Funchal - e sete Agências, situadas em Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Vila Real e Viseu, que funcionam como tesourarias do sistema bancário e, na sua maior parte, como centros de escolha de notas.

A agência do Banco de Portugal em Faro, junto ao Jardim Manuel Bivar, é um dos edifícios marcantes da cidade.

Foi projectado no início do século XX, pelo arquitecto Adães Bermudes, sendo considerado um importante exemplo da arquitectura revivalista, com elementos de inspiração mourisca na porta principal.

Erguido em 1926, mesmo em frente à Marina de Faro e ao jardim da cidade, no local onde anteriormente funcionava o Mercado das Hortaliças, o arquitecto Adães Bermudes imprimiu-lhe influências revivalistas, neo-manuelinas e islâmicas.

Merece especial destaque a fachada frontal, onde se podem apreciar cúpulas rendilhadas e riquíssimos painéis de azulejos.